quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Petterson Thomaz no deserto Peruano






O Peru é um dos picos mais constantes do mundo e pouco visitado. Em algumas praias da costa ainda é possível praticar surfe sozinho, com apenas a companhia de lobos marinhos, que nos assustam nas horas que menos esperamos.
Estávamos praticamente em família na viagem. Nossa equipe era formada por meu tio Airton ‘’Batatinha” Thomaz (10 vezes no Peru), meu outro tio Jean “Bolinha” Thomaz (seis vezes no Peru), meu primo, nosso filmaker Helliton Costa (primeira vez), nosso amigo surfista profissional Rafael Imhof (segunda vez no Peru) e eu que estava na minha quarta vez indo para o país.
Saímos de Curitiba rumo à casa de José Antonio, dono da pousada em Lobitos. Vimos a triste derrota do Brasil para Holanda no salão de embarque já que o avião tinha atrasado. Esperamos quase o dia todo no aeroporto. A uma hora e meia de Lima pelos ares, chegamos a Piura que fica a 2 horas de Lobitos segundo nosso guia José. Mas para infelicidade geral, o carro de José não estava se dando muito bem com o refrigerante (como eles chamam o óleo do carro) e tivemos de parar de meia em meia hora para o carro esfriar. Para nossa agonia, demoramos 4 horas, o dobro do previsto para chegar até as ondas. Chegamos no meio da tarde e logo fomos para o primeiro surf em Picinas. As ondas estavam com 1 metro, mas muito vento por ser a tarde. Já tinham nos avisado que em Lobitos, depois do meio dia, o vento era sempre intenso nessa época do ano.
Quando conheci Lobitos, em 2007, era tudo muito primitivo. Não que tenha mudado muita coisa, mas hoje em dia já tem fácil acesso ao telefone e internet. Uma boa parte da estrada para chegar ao vilarejo já está asfaltada e a única coisa que não mudou é o chuveiro. A água ainda é gelada e não tem “chororo”. Lobitos é o nome da principal onda na região. Ela é muito extensa e a mais perfeita quando o swell chega. As outras ondas ao redor de Lobitos dividem um pouco o crowd de turistas e surfistas fissurados. Picinas fica a 10 minutos de caminhada da hospedagem de José e foi a onda mais surfada por nós durante esses 16 dias. Também existe a onda de “Los Muelles” que fica um pouco antes de Picinas. É muito tubular mesmo pequena. Baterias foi o pico mais afastado surfado por nós. Ondas longas e perfeitas para treinar tanto a tradicional como a moderna linha do surf.
Estar com minha família e amigos no meio do deserto é muito bom, pois sei que as pessoas que estão ao meu redor são aquelas com quem posso contar a qualquer hora. Nossos dias começavam às 5h30 e terminavam as 9 da noite com muita risada, ondas e vibe extrema, sempre com aquela Pilsen ou Cusqueña (cerveja peruana) no final do dia para comemorar o momento.
O melhor mar que surfamos foi em Lobitos no último dia da trip. O swell estava crescendo como o previsto. Às 6 horas da manha já estávamos todos na água pegando altas ondas e vendo o sol nascer. Ondas extensas e perfeitas. Não havia tubos, mas em compensação dava pra dar mais de oito manobras na onda. São dias que jamais esquecerei. Voltarei para lá, com certeza, pois a Indonésia do brasileiro é logo ali.
Texto: Petterson Thomaz






































2 comentários:

  1. Parabéns a Oceano, o Petterson é um grande surfista, merecedor de tudo isso!

    Rafael Brito

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  2. Dispenssa comentários...as fotos e os vídeos falam por si só.

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