quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Embaixada do Paraná na terra vizinha



Alheia à bandeira catarinense que tremula em frente à prefeitura, a cultura que domina o balneário de Itapoá, situado entre Guaratuba (PR) e São Francisco do Sul (SC), é a paranaense. Famílias vindas de cidades como Curitiba, Londrina e Maringá formam a maioria dos moradores e veranistas do local, fazendo dele uma espécie de embaixada do Paraná no estado vizinho.

A influência já foi, inclusive, alvo de estudos do governo municipal. Há cerca de seis anos, a prefeitura fez um levantamento e identificou que 80% dos veranistas eram paranaenses . “O Paraná é a nossa grande base econômica. Por isso, eu sempre digo que a divisa com Guaratuba não nos separa, mas nos une”, afirma o prefeito, Ervino Sperandio.

A presença maciça de migrantes tornou-se até estratégia comercial. São comuns os pontos comerciais batizados com nomes de cidades paranaenses, como a Imobiliária Londrina, de propriedade da família do corretor de imóveis Rogério Pizze. “Quando meu pai decidiu abrir a imobiliária, escolheu esse nome para atrair os clientes do Paraná. E deu certo: muita gente de Londrina nos encontra pela internet e vêm aqui pessoalmente porque sabem que somos de lá”, conta.

Nas areias do balneário também prevalecem os “forasteiros”. O empresário Cristiano Júlio, 31 anos, de Imbituva, município dos Campos Gerais, frequenta a região desde a infância. “Antes, ia pra Matinhos. Mas a praia começou a ficar suja. Já aqui, por enquanto, está tudo bonito e bem cuidado”. Hoje, com a esposa e dois filhos, ele continua fiel à praia.

Atrativos
A qualidade da água é um dos maiores atrativos. De acordo com o último boletim de balneabilidade da Fundação do Meio Ambiente (Fatma), órgão catarinense, três dos quatro pontos verificados na cidade estavam próprios para banho – a única área imprópria fica no primeiro posto de medição, à esquerda da torre da Telesc.

Outro fator que explica a opção é a proximidade em relação à Curitiba, cerca de 150 km. No início da semana, o estudante Tiago Maximiano, 19 anos, embarcou em um ônibus na capital e em poucas horas chegou à praia, onde pôde relaxar à vontade. “Eu leio bastante e aqui é um bom lugar. O único barulho que ouço é o do mar”, conta, enquanto folheia um livro.

Nos últimos anos, informa o prefeito, o número de visitantes vindos do interior de São Paulo e do Centro-Oeste cresceu bastante. Nada, contudo, capaz de silenciar o “leite quente”, que já faz parte do sotaque local.

Sossego e aventura lado a lado
Com uma das costas mais extensas do sul do país, com 32 km – cerca de um terço de todo o litoral do Paraná, que tem 92 km – Itapoá oferece aos visitantes várias opções de lazer. O local mais procurado é a praia de Itapema do Norte, onde estão três grandes rochas naturais que embelezam a costa. A região é ideal para quem procura momentos de sossego, como a estudante de Maringá Sabrina Ferrari Alcântara, 17 anos. “Eu gosto daqui porque a praia é calma, não tem aquele tumulto típico de litoral”, conta.

Tranquila nas areias, a praia é agitada no mar, o que atrai muitos surfistas. O atual vice-campeão paranaense do esporte, Caetano Vargas, 21 anos, residente em Itapoá, dá a dica: “A região da terceira pedra é a melhor opção. Eu, que viajo para vários lugares, posso dizer: é difícil encontrar boas ondas como as de Itapoá.”

Outro ponto bastante visitado é a praia do Pontal da Figueira. O balneário, que fica a cerca de 20 km do centro, tem poucas ondas e oferece uma vista privilegiada das belezas da costa itapoaense. O segurança Luiz Hempkemaier, 60 anos, de Araucária, é um dos frequentadores da praia: “O sossego que eu encontro aqui é maior do que em qualquer outro lugar da cidade. Deixo minha filha brincando sozinha sem medo”, conta.

Aventura e balada
Quem gosta de aventura também encontra em Itapoá um prato cheio. A poucos quilômetros do centro, na Rua 1.100 (conhecida como Rua da Celesc) fica a Reserva Volta Velha, que oferece atividades de ecoturismo, como canoagem e trilhas pela mata. O local também possui uma oca de índios Xingús, que pode ser visitada diariamente.

Quem procura diversão tem como opção a Avenida Brasil, onde se concentram os principais bares e restaurantes da cidade. A balada preferida da estudante Sabrina, por exemplo, é a casa de shows Maresia Itapoá: “Tem festas bem legais. Eu gosto de música eletrônica e de reggae, e lá sempre toca”, diz.

Serviço
As atividades da Reserva Volta Velha estão disponíveis mediante agendamento.

Mais informações: (47) 8854-4780 ou www.reservavoltavelha.com.br

Maresia Itapoá: Avenida Brasil, 1001.

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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Poluição preocupa o Crowd



A possível poluição ambiental e a especulação imobiliária em uma área entre a praia da Guarda do Embaú e a praia da Gamboa, região de dunas e areias brancas entre o rio e o mar, preocupam a população.

Enquanto o governador Luis Henrique da Silveira (PMDB) e sua comitiva estão em Dubai aprendendo como se transforma “deserto” em “área verde”, aqui no estado de Santa Catarina a política parece ser bem diferente.

É mais ou menos isso que poderá acontecer no rio da Madre, também conhecido como rio da Guarda, assim como na própria Vila da Guarda do Embaú, que já sofre com a má administração municipal, além de outras regiões da Baixada do Maciambu, que poderão sofrer sérios danos ambientais e especulação imobiliária exagerada, se o projeto de lei número 0347.3/08, de origem governamental, que reavalia e define os limites do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro e institui o Mosaico de Unidades de Conservação da Serra do Tabuleiro e Terras do Maciambu for realmente votado e aprovado no próximo dia 4 de março.

A data previamente marcada era no próximo dia 17 de fevereiro, não fosse, algumas lideranças da Baixada do Maciambu peregrinaram durante esta semana pelos corredores da Assembléia Legislativa catarinense protocolando um pedido assinado por 10 associações, para sensibilizar os deputados e principalmente os líderes dos partidos, para que redefinissem a data da votação.

Acompanhados pelo deputado Sargento Soares (PDT), estas lideranças foram recebidas pelo deputado Jorginho Mello (PSDB), que se prontificou em levar o assunto aos líderes das bancadas.

As lideranças, também estiveram na presença do secretário de Estado de Desenvolvimento Sustentável, deputado Onofre Santo Agostini (DEM), dos dirigentes da Fundação de Tecnologia e Meio Ambiente (Fatma) e do próprio deputado Décio Góes (PT), presidente do Fórum e presidente da Comissão de Turismo e Meio Ambiente do Parlamento catarinense.

As associações reivindicam que participem da mesa de negociações sobre o referido projeto o Ministério Público, que inclusive já apontou falhas no PL, a Fatma, órgão do próprio governo que ficou a margem do processo para criação do PL e o próprio Fórum Parlamentar da Alesc, composto por 11 deputados, que durante três anos teve conduta exemplar, mas que também não foi levado em consideração.

Na esfera federal, técnicos do Ministério do Meio Ambiente também apontaram sérios problemas no projeto denominado Mosaico.

Outro dado interessante, é que depois de 33 anos esperando uma solução, o projeto, diga-se de passagem, altamente complexo com mais de 800 páginas e mapas, foi mandado para a assembléia em regime de urgência em novembro de 2008, e só não foi votado ainda, porque a Comissão de Turismo e Meio Ambiente, comandada pelo deputado Décio Góes (PT), e que ainda não deu seu parecer, não participou, no ano passado, como queria o governo, da votação em conjunto com as outras comissões, que já aprovaram o projeto de lei.

Manifestação Na última quarta-feira (11/2) foi realizada uma manifestação pacífica, como forma de sensibilizar os parlamentares, as lideranças, juntamente com surfistas e membros das comunidades dos balneários da Guarda do Embaú, Pinheira, praia da Gamboa e adjacências. Na oportunidade foi entregue um abaixo-assinado contendo mais de 750 assinaturas.

Reserva: O Parque Estadual da Serra do Tabuleiro (Pest) - reserva da biosfera mundial - sob gestão da Fundação de Tecnologia e Meio Ambiente (Fatma), foi criado em 1975, mas, no entanto, nunca foi implantado realmente, sendo que cerca de apenas 10% dos donos de terras foram indenizados.

A população da Baixada do Maciambu, que engloba as praias do Sul de Palhoça, parte de Paulo Lopes e parte de Garopaba (cujos prefeitos apoiaram o projeto) é uma das que mais está sofrendo sem a fiscalização efetiva e com a falta da demarcação dos limites do parque (os invasores alegam não saber onde fica o limite do Pest).

Assim, diante de tanta omissão do poder público, surgiu um denominado “movimento da recategorização”, que se não foi o ideal, serviu para alertar as autoridades da verdadeira situação da Baixada do Maciambu.

A partir deste movimento foi instalado o Fórum Parlamentar na Assembléia Legislativa que instituiu um Grupo de Trabalho no qual participavam todas as partes, inclusive líderes da recategorização.

Quando tudo se encaminhava para uma solução pacífica, técnica e principalmente, com o acompanhamento do Ministério Público, eis que o governo envia para a Assembleia Legislativa, em regime de urgência, o projeto de lei número 0347.3/08, que reavalia e define os limites do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro e institui o “Mosaico de Unidades de Conservação da Serra do Tabuleiro e Terras do Maciambu”, que, como já foi abordado anteriormente, peca em detalhes e que, se aprovado como está, poderá afetar negativamente o ecossistema, trazendo prejuízos irrecuperáveis a nossa e às futuras gerações.

Diante da situação, para aqueles que são amantes do surf, da natureza, das questões que envolvem as futuras gerações, seria interessante que enviassem e-mails para os deputados catarinenses, tentando sensibilizá-los para que abram as discussões novamente.

Para obter mais informações, entre em contato pelo telefone (0xx48) 9972-1713, ou envie mensagem para kito@embausurf.com.br.

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